RISONHA E FRANCA: Nova Prefeita de
Pilões, Adriana Andrade, em entrevista ., fala de seus
planos e projetos para a cidade
Risonha
e franca. Assim pode-se definir a nova Prefeita da cidade de Pilões, no
brejo paraibano. Cativante, a professora Adriana Aparecida Souza de
Andrade, pelo jeito vai conquistar ainda muitos votos pela vida afora.
Era tarde da sexta-feira (19) e a prefeita-professora estava dando aula em uma comunidade rural quando a Equipe da entrevistaPB
chegou ao local para entrevista-la. A escola estava realizando a festa
das crianças e lá estava a professora vestida de palhaço para animar a
criançada. Meio tímida, a professora nos cumprimentou e pediu para que a
entrevista fosse feita em sua residência que fica localizada no centro
da cidade de Pilões.
A simplicidade da Prefeita Eleita pode ter sido o principal combustível para a vitória das urnas no pleito de outubro.
Nascida em São Paulo, devido à
necessidade dos pais em buscar emprego para o sustento da família de 4
irmão, Adriana desde os 9 anos de idade veio morar definitivamente na
cidade. Perdeu os pais e um dos irmãos há alguns anos, mas como ela
mesma diz, as percas serviram de lições para torná-la cada vez mais
forte.
Começou sua militância política em 1996,
foi Secretária de Educação e no pleito de 2008 concorreu a Prefeitura
onde perdeu para o atual prefeito por apenas 34 votos. A derrota não foi
o suficiente para fazê-la desistir.
Quatro anos depois Adriana derrota o seu
opositor por uma diferença de 1.063 votos numa coligação que contou com
a participação de 9 partidos: PT do B, PRB, PTB, PMDB, PSB, PV, PSDB,
PSD e DEM.
Nessa entrevista, Adriana Andrade, fala
de seus planos políticos, projetos para a cidade e da alegria de ser a
1ª mulher eleita Prefeita da história de Pilões. Confira:
PB – Prefeita nos fale um pouco de como foi a sua infância e de onde é a sua família.
Adriana Andrade – Bom, a
minha infância foi uma infância normal como todas as crianças, só que
com um diferencial: minha mãe é daqui de Pilões, meu pai é de Campina
Grande e eu nasci em São Paulo. Minha mãe teve que viajar com meu pai a
procura de trabalho, depois nós voltamos de novo, eu voltei eu tinha 3
anos, ficamos 1 ano, 2 anos aqui em Pilões depois voltamos pra São Paulo
de novo e depois voltamos pra cá de novo (risos) e a última
vez que eu vim eu tinha 9 anos de idade e daí ficamos até hoje, graças a
Deus. E ai eu perdi meus pais, né, não tenho nem pai, nem mãe, mas
foram pais assim excelentes. Na minha infância, eu lembro muito deles, a
gente passou por muitos momentos de dificuldades, mas minha mãe nunca
deixou que a gente perdesse a infância, o momento da infância que muitas
vezes é tirado das crianças, a gente ver muito isso, que os pais tiram
pra botar pra trabalhar. Na minha infância sempre houve isso, graças a
Deus… E daí eu vim a ser professora, por conta da minha mãe que no
início eu me prendia e não queria muito e ai quando eu comecei a fazer o
1º ano do magistério, vi que era o que eu queria. Bem, graças a minha
mãe me formei professora, depois me formei em letras, fiz
especialização, sou professora polivalente, ensino as crianças, adoro o
meu trabalho e (…) é isso, a minha história é assim, foi assim.
PB – Com quantos anos a senhora perdeu seus pais?
Adriana Andrade – Meu
pai fazem seis anos, minha mãe fez um ano agora em outubro. Minha mãe em
2000 ficou doente do ‘Mal de Alzheimer’ e foi no ano passado que ela
veio a falecer; uma doença complicada; e meu pai morreu de infarto no
dia que chegou do hospital, passou 8 dias internado, no dia que chegou
sofreu um infarto e faleceu. E eu consegui tirar dessas dificuldades na
vida, tive um irmão também que faleceu em 2003…
PB – São quantos irmãos?
Adriana Andrade – São
4, quer dizer, eram 4. O mais velho faleceu e ficamos eu, minha irmã e
um irmão. E meu irmão, que foi assim o primeiro golpe que a gente teve
assim, na vida, ele em 2001 foi trabalhar em Tocantins, como professor
de Educação Física, em 2001, 2002 foi tudo muito bem e em 2003 veio a
falecer no mês de agosto num rio em Tocantins… Foi um momento muito
difícil, eu tinha acabado de assumir a Secretaria de Educação e ele que
havia me dado todas as instruções pra gente fazer a 1ª Semana de Arte e
Cultura de Pilões (…). Então foi muito forte, muito difícil, mas eu
consegui tirar só lições e pra mim as dificuldades foram diminuindo, até
porque, eu já tinha perdido meu irmão, depois eu perdi meu pai, depois
eu perdi a campanha em 2008 e ai quando eu perdi a campanha em 2008, a
gente sente muito.
PB – Prefeita e a sua militância política, quando que ela começou?
Adriana Andrade – Eu
comecei a militância mesmo em 1996, quando então o meu tio Iremar foi
candidato a primeira vez a Prefeito,que foi também quando eu já tava
votando e a gente acompanhou, eu acompanhava sempre, minha mãe foi
candidata a vereadora, eu já entendia mais um pouco da política, meu pai
tinha sido político antes, mas eu não tinha muita noção da política e
ai veio a campanha de 2000 eu já participei mais; depois fui Secretária
de Educação; depois veio a campanha de Vereador de Lenilto (namorado) em
2004 que eu me inteirei mais e ai veio 2008, mas eu participei das
anteriores nunca como candidata, apenas como apoio e ajudando por fora e
em 2008 foi quando caiu a indicação para que eu fosse candidata, a
então sucessora de Iremar e eu topei. Aceitei o desafio e nós perdemos
por 34 votos. Eu coloquei na cabeça que eu fiquei devendo ao povo, mesmo
tendo perdido a campanha. Nunca ter sido candidata e ai o povo e muita
gente confiaram em mim (…) e ai eu continuei e comecei a ver a política
de uma forma diferente; eu fui muito ajudada, tive o apoio de muita
gente e geralmente os políticos ajudam pra ser ajudados e eu foi ao
contrário; eu fui ajudada e estou querendo ajudar muito mais ao povo.
PB – A Sra. foi Secretária Educação de Pilões. O que destacaria no seu trabalho a frente da pasta?
Adriana Andrade –
Passei 5 anos e meio na secretaria de Educação e ali foi onde eu
realmente cresci como pessoa, profissionalmente, porque eu tinha ligação
direta com os professores, com os alunos, com os pais de aluno, com as
comunidades, porque eu fazia questão de visitar escola por escola. A
comunidade rural aqui é maior que a comunidade urbana e o meu
crescimento foi ali. Foi ali onde eu busquei outras alternativas e bem
estar dos alunos e dos funcionários, porque não dá pra funcionar um
estando bem e o outro estando mal.
PB – A Sra. foi candidata em 2008 perdeu a eleição por 34 votos. Imaginaria que 4 anos depois daria uma virada dessas?
Adriana Andrade – Não, a gente nunca tem idéia (risos).
É como eu já falei, a gente nunca tem idéia, a gente faz um trabalho e
só no final que vai ter um resultado. Eu nunca pensei na questão da
diferença; se alguém me perguntasse eu não ia saber, a única coisa que
eu dizia era que a gente ia ganhar a campanha. A campanha a gente vai
ganhar, agora diferença de votos não. Mais eu queria que fosse por uma
diferença grande, pra provar, e infelizmente a gente tem muito que ta
provando a algumas pessoas, que o dinheiro não é tudo. O dinheiro é
necessário, a gente sabe que é necessário, mas não é tudo e na política
também ta deixando de ser assim, pelo menos aqui em Pilões. O povo foi
muito forte, o povo foi fiel, o povo não se vendeu. Em muitas casas que
eu chegava, quando eu chegava pedindo a oportunidade, as pessoas me
diziam – “não Adriana, eu vou votar em você por que eu não voto mais no
atual gestor, porque eu votei nele e ele não correspondeu durante os 4
anos”. Então, isso mostra a consciência das pessoas. E diziam mais –
“olha que sirva de lição pra você, porque se você for eleita e não
trabalhar os 4 anos a gente também não vota mais em você”. E eu saía
muito feliz, porque eu sabia que não tinha dinheiro no mundo que compre
um voto desse. Isso se chama consciência e aqui em Pilões foi provado
que o povo está consciente, que o povo está acompanhando a
administração, que não vota mais em benefícios feitos no último mês de
campanha, pensam sempre nos 4 anos; o povo não tem pensado só no momento
não, como era antigamente, que o político dizia que chegava com o
dinheiro e ganhava na véspera das eleições. Graças a Deus em nosso
município eu espero que isso seja um exemplo e que não aconteça nunca
mais.
PB – Como a Sra. avalia a atual administração e a que a Sra. atribui essa rejeição da gestão do atual prefeito?
Adriana Andrade – Eu
acho que quando você não trata bem os funcionários, mesmo você pagando o
salário em dia, mas você não trata bem, mostra que você não é um bom
administrador. E ai vem a questão da saúde. Olha meu vice é Dr. Martinho
e ele segurou esses 4 anos de administração num PSF que tem na
comunidade de Pinturas à 3,5km da sede do município e muitas vezes nós
tínhamos que sair daqui pra ir pra lá se consultar, pra pegar uma
receita, não tinha remédio, transporte pra transportar algum doente
também dificilmente havia, o pessoal sempre se queixava a gente. O
prefeito abandonou as comunidades rurais, quando chovia o pessoal ficava
ilhado não tinha como vir e em caso de doença tinha que rezar pra não
morrer porque o transporte não chegava lá. A agricultura não teve
assistência nenhuma, então eu acho que isso foi um conjunto de coisas
que realmente chegou a essa situação. O pessoal perguntava onde era que o
prefeito morava, porque ele mal ficava em Pilões, era muito difícil
encontrá-lo. Na educação, por exemplo, eu sou professora, nós fizemos
uma reunião com o atual gestor pra que ele visse a questão do piso
salarial dos professores e ele ficou só enrolando e começou a pagar a
profissionais que não tinha nem o magistério e isso foi criando uma bola
de neve e terminou no que deu. Então eu acho que o grande motivo foi
esse, ele não teve nenhum compromisso com o povo.
PB – Qual a sua relação política com o ex-prefeito, seu tio, Iremar Flor e qual a participação dele na sua campanha?
Adriana Andrade – Ele é
Presidente do PSB e se coligou ao nosso partido, elegeu um vereador, o
vereador ‘Doidera’, e ele também fez parte do grupo. Nosso
relacionamento é bom e politicamente a gente ta ai no grupo, vamos ver
como é que vai ficar as questões daqui pra frente. Daqui a duas semanas
estaremos vendo como vai ficar a Presidência da Câmara que é uma coisa
que antes de terminar a eleição já se começa a se cogitar e a gente vai
ver ainda, vamos sentar, ninguém sentou ainda com o grupo, a gente ainda
não deliberou nada. A gente ainda está na euforia da comemoração da
vitória (risos). Mas a convivência com Iremar é boa e vou fazer de tudo para ser a melhor possível.
PB – Quantos vereadores a sua coligação elegeu e como anda a questão da eleição da Câmara?
Adriana Andrade – Nós
elegemos 6 da coligação, só que tem uma candidata que acompanhou o atual
prefeito, então nós fizemos 5 vereadores da base. É uma questão de
democracia, ela tinha os motivos dela pra ficar lá com o prefeito e a
gente não colocou objeção nenhuma e foi eleita através de nossa
coligação e agora é esperar, acho que temos que fazer a Presidência da
Câmara até porque nós temos 5 vereadores e é só uma questão de
conversação. Digo apenas que vou tentar trabalhar em harmonia com o
Poder Legislativo.
PB – Como a Sra. pretende tratar a oposição na câmara, sobre tudo nesse início de mandato?
Adriana Andrade – Como
eu disse da melhor forma possível. Se eles tiverem o mesmo propósito que
a administração vai ter que é de fazer o bem ao povo, vai ser muito
fácil. Agora se eles tiverem um outro pensamento vai ser um pouco
difícil. Mas é como eu disse, a Prefeitura não da prefeita, não é dos
secretários, não é das lideranças, não é dos vereadores, a Prefeitura é
do povo. Mais eu acho que a nossa relação vai ser tranqüila. Eu conheço
os vereadores da oposição que foram eleitos, nunca tive problema com
nenhum e acho que teremos um relacionamento harmonioso.
PB – A cidade
de Pilões é rica em belezas naturais, a Sra. falava em off do potencial
turístico da cidade. Quais seus planos para explorar essa potencialidade
turística?
Adriana Andrade – A
gente vai buscar investimentos, a gente sabe que o município é pequeno,
mas existe ai projetos que eu já tive acesso de outros municípios que
conseguiram recursos com o governo estadual, governo federal e essas
cidades vem despontando como cidades turísticas e eu acredito que o
nosso município tem potencial pra isso. Nós temos vários pontos naturais
que podem ser explorados e eu tenho certeza que quem vai ganhar com
isso é o município. Nós já temos alguns projetos pra encaminhar e eu to
indo a Brasília no final de novembro agora já pra ver se a gente começa
um relacionamento antes mesmo de assumir, já temos alguns contatos lá
que está vendo isso, eu já vou levar propostas e projetos pra começar a
ser analisados em relação ao turismo, com ênfase as nossas cachoeiras,
temos a questão da floricultura, tem o teatro (…) e assim vários outros
pontos que podem ser explorados no município e que com certeza na nossa
administração, porque a gente tem uma questão que é a geração de emprego
e renda e a gente acredita que o turismo vai abrir muitas portas pra
poder criar essa abertura pra população.
PB – A Sra.
fala de geração de emprego e renda, ai vem na mente a questão da
juventude. O que a Sra. tem pra os jovens que estão na expectativa a
partir de janeiro?
Adriana Andrade – Aqui a
gente tinha um grupo ‘Juventude 70’. Olha eu sou esportista, tive que
me afastar um pouquinho, mas eu vou voltar, se Deus quiser (risos)e
eu gosto muito de esporte. Eu acredito que é um caminho pra juventude, a
gente ver a nossa juventude sem ter o que fazer, o município não tem um
ginásio, tem apenas uma quadra coberta, precisa de mais atrativos. E a
juventude da zona rural que vem buscando o esporte, mas a gente também
tem outros espaços, vamos criar programas de capacitação pra juventude. A
juventude quer emprego, a juventude quer trabalhar e está muito
disposta e só precisa de apoio e incentivo. A juventude em massa
acompanhou a nossa campanha porque acredita em nossas propostas e eu vou
com certeza buscar ajudar o nosso futuro.
PB – Segurança
Pública é responsabilidade do estado, mas diante da problemática
relacionada, inclusive com as drogas, o que a Sra. pensa fazer no
combate a criminalidade?
Adriana Andrade – Eu
acho que a gente deve fazer urgente alguma coisa. Eu já me envolvi em
campanhas. Eu acho que a droga ta tomando conta da sociedade de um modo
geral, a gente vai sentir na pele e temos que fazer alguma coisa
urgente. Essa questão da segurança pública o município também tem que
entrar e não só esperar pelo estado. Eu acho que a gente tem que
preparar agentes para assessorar na segurança pública e a gente já
pensou e estamos vendo se é possível criar uma Guarda Municipal e
trabalhar em conjunto com o Ministério Público, a Justiça que pode nos
dar um suporte bom no combate as drogas e como você bem falou, a questão
do esporte é o caminho, sem falar na conscientização da população. Na
hora que a gente conseguir conscientizar a população a gente vai ter
medidas efetivas e bons resultados.
PB – O que a Sra. imagina que vai encontrar no dia 1º de janeiro quando assumir o município?
Adriana Andrade – Meu filho (risos)
a gente já ta tomando as precauções antes, né. Infelizmente a gente já
ta tendo problemas antes de assumir, mas assim, hoje existe a lei de
responsabilidade fiscal e todo administrador público sabe da
responsabilidade que ele tem. Se as coisas tiverem desmanteladas lá, ele
vai ter que responder e será acionada a justiça. Ainda bem que a gente
tem a justiça ao nosso lado. Eu não quero muito pensar como vou
encontrar, eu sei que a gente não vai encontrar muita coisa boa, porque o
povo já disse que ta ruim, se o povo tirou o atual gestor é porque ta
ruim. Eu sei que não vai ser bom, mas eu não quero me pegar com isso
não, eu vou tomar as medidas cabíveis dentro da legalidade, vou procurar
a justiça…
PB – O
Tribunal de Contas está orientando os prefeitos a criarem a comissão de
transição. A Sra. acha que o atual gestor vai abrir a caixa preta da
prefeitura pra vocês?
Adriana Andrade – Ele
vai ter que abrir né. Porque agora existe uma resolução do TCE obrigando
e a gente espera que seja cumprida. Só que é difícil né um ex-gestor
abrir a mala preta, mas vamos ver se ele abre. A verdade é que eu já
soube que a Prefeitura está inadimplente com a Caixa devido aos
conjuntos habitacionais, recursos do governo federal com a educação,
saúde (…) mas existe outros meios que a gente vai fazer com que a coisa
ande. Eu não quero passar os 4 anos dizendo que o outro prefeito foi
ruim, dizendo que ele não presta. Eu quero fazer a nossa administração.
PB – A Sra.
vai marcar a história de Pilões por ser a primeira Prefeita da cidade. O
fato da Sra. ser mulher gerou algum preconceito durante a campanha?
Adriana Andrade – Há houve, principalmente da oposição né (risos).
Mas tinha, sempre tinha. Mulher é pra ta pilotando fogão, mulher é pra
tomar conta de casa (…) e ai a gente vai levando, porque eu acho que
esse tempo já passou. Nós temos uma mulher presidente do Brasil,
senadoras, governadoras, deputadas, vereadoras, prefeitas (…) e elas tem
dado uma aula de administração. E eu tenho visto assim, que a mulher
não quer tomar o lugar do homem ela quer dividir espaços e mostrar que
também é capaz.
PB – Conhecendo a realidade da cidade, tem alguma medida que a Sra. destaca como prioridade logo que assumir o governo?
Adriana Andrade – A
gente tem com certeza uma questão que a gente já firmou o compromisso
que é o caso do Conjunto Habitacional que não foram terminadas as casas e
que foi invadido e já fizemos uma reunião com o pessoal que invadiram
por não terem casas nem condições de pagarem aluguel e das 21 apenas 4
estão na lista dos inscritos. E isso ai não vai ter o que pensar não,
não vai poder ficar pra depois. E ai a gente já está pensando numa
medida imediata, eu não tenho como fazer casas pra essas famílias
diretamente, mas a prefeitura vai arrumar uma forma de colocar essas
pessoas em casas e se for o caso pagar o aluguel, até a gente conseguir
um conjunto habitacional. Outra questão é que a gente está tendo os
terrenos da prefeitura invadidos e nós estamos buscando ver se tem algum
responsável por trás pra gente tomar as medidas cabíveis. Já acionamos o
Ministério Público e são coisas dessa natureza que não poderá ficar pra
depois.
PB – Durante a
campanha qual foi o momento mais difícil que a Sra. avalia que foi
levou a uma preocupação de achar que poderia interferir negativamente na
campanha?
Adriana Andrade – Durante a campanha eu acredito que não teve; só algumas questões relacionadas a dinheiro mesmo (risos).
Cadê o dinheiro? Quem vai arrumar dinheiro pra campanha? E mesmo assim a
gente foi fazendo as coisas caminharem. Mas antes da convenção o
momento mais difícil foi quando a gente recebeu a adesão do atual
vice-prefeito pra nossa coligação e também do Vereador Iram que é do PV e
a gente precisava retirar a candidatura de um homem pra abrir a vaga
pra ele. E foi muito difícil porque a gente já tinha um grupo formado,
que já estava trabalhando e foi citada uma pessoa que me acompanhou
desde a campanha de deputado e eu que fiquei encarregada de conversar
com essa pessoa, e eu digo ‘meu Deus do céu!’. Mas fui, conversei com
ele que é presidente de um partido, ele já tinha tentado 3 vezes a
candidatura de vereador e ai eu fui conversando e ele entendeu e eu
disse que ele seria um parceiro na minha administração e ele, graças a
Deus, entendeu. Passado esse momento, tudo bem, vamos pro registro das
candidaturas e soma pra lá, soma pra cá e o percentual de homem tava
maior e tinha que sair outro. Mais um momento delicado demais, difícil.
Quem quer sair? Ninguém quer sair. E ai a gente sentou todo mundo e
começamos a conversar e ai a gente teve a nobreza de um companheiro,
que eu disse que vou guardar aquele momento pelo resto da minha vida que
foi do Presidente do PMDB que tem o vice, abriu mão da candidatura a
Vereador em prol do grupo. E ele disse “olha eu queria muito ser
candidato a vereador, trabalhar, mas o meu objetivo é que Adriana e Dr.
Martinho sigam nessa campanha e sejam vitoriosos”. Ai eu disse você não
quer o meu lugar de candidata a prefeita não? (risos), por que você merece o meu lugar, com essa nobreza. E acho que os momentos mais difíceis foram esses.
PB – Além da alegria, do sentimento de vitória, qual outro sentimento que fica no final de toda essa trajetória?
Adriana Andrade – O da responsabilidade que nós vamos ter. Quanto maior é a vitoria, maior é a responsabilidade.
PB – Fique a vontade para as suas considerações finais e agradecimentos.
Adriana Andrade – Eu
agradeço primeiramente a Deus por ter nos ajudado na caminhada. Todos
que vieram contribuíram e muito, até pessoas de outras cidades vieram e
contribuíram bastante na nossa campanha, então eu quero agradecer
bastante e quero primar muito pela equipe que esteve comigo na campanha,
porque foi uma equipe vitoriosa e a gente deve primar pelas coisas
boas. Eu só tenho a agradecer a todos que me ajudaram, ao povo de Pilões
que foi fortíssimo. Eu to muito orgulhosa do povo de Pilões (!). O povo
de Pilões me surpreendeu, eu já acreditava no povo, agora eu acredito
ainda mais nas pessoas. Eu acredito que o povo de Pilões não vai me
abandonar, porque não me abandonaram na campanha passada que eu perdi,
imagina agora que a gente pode trabalhar ainda mais. E o que eu quero é
trabalhar lado a lado escutando o povo, recebendo sugestões (…). Eu
quero continuar no município, não vou me mudar daqui, de jeito nenhum,
pra mim aqui é o melhor lugar do mundo e eu vou cuidar dessa terra como
se eu tivesse cuidando de minha própria casa.
PB – Obrigado Prefeita pela entrevista!
Adriana Andrade – Já? Ainda queria falar mais… (risos).